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Se eu for mais uma

  • Foto do escritor: Uiara Mei
    Uiara Mei
  • 5 de ago.
  • 1 min de leitura
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Passei anos sem me relacionar.

E não foi por falta de amor.

Porque amor próprio existe.

Foi por excesso de medo.

Medo herdado. Coletivo.

Medo que bate no peito de todas nós quando a porta tranca por dentro.


Não é sobre ele.

É sobre a geração.

É sobre a estatística.

É sobre saber que posso escolher com todo critério do mundo

e mesmo assim cair nas mãos erradas.


Porque não tem crachá de agressor.

Não tem etiqueta, nem aviso prévio.

Tem sorriso gentil e frases bonitas.

Até que um dia...


Nunca fui agredida.

Mas já vivi cada relato contado por outra como se fosse meu.

Já me escondi de olhares, de julgamentos, de convites.

Já me retraí de tanto me expandir.


E eu me pergunto:

vou viver sozinha pra sempre?

Vou me proteger até do que não aconteceu?


Às vezes, penso que sim.

Às vezes, penso que não.

E no meio desse limbo, só consigo manter uma distância segura.


Porque a intuição avisa.

Mas o medo também sabota.

E distinguir um do outro é como tentar ver claro com o olho cheio d’água.


Sim, até o cara mais doce pode ser veneno.

Mas também posso virar pedra demais e nunca mais sentir sede.


Eu só queria amar em paz.

Sem pensar se volto viva.


Se eu for mais uma

Uiara Mei (todos os direitos reservados)

03/08/2025

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©2025 por Uiara Melo

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